top of page

Boi gordo, milho e coronavírus: o que você precisa saber antes de fechar negócio

Scot Consultoria fez uma projeção detalhada dos itens que mais pesam durante a tomada de decisão, como insumos, tendência de preços e cenário internacional

Após o mercado do boi gordo ter poucas variações na primeira quinzena de março, a Scot Consultoria afirma que a segunda metade do mês não deve ser diferente.

De acordo com o analista de mercado Felippe Reis, é possível que os pecuaristas acompanhem um viés de baixa, com a oferta de animais ainda comedida e consumo de carne bovina menor. “O mercado deve ‘andar de lado’ com possíveis baixas”, diz.

Exportação

Na primeira semana de março, as exportações atingiram uma média de 5,7 mil toneladas por dia, segundo a Scot. A empresa afirma que se os embarques continuarem nesse ritmo, serão exportadas 125 mil toneladas de carne bovina em março. O valor representaria o segundo melhor resultado para o mês de toda a série histórica.

“Até o momento, 2020 tem sido bom quanto a exportação”, diz Reis.

Milho

De acordo com a consultoria, há espaço para mais valorizações do milho no mercado interno. O analista Rafael Ribeiro afirma que essa expectativa é baseada em dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que indicou os estoques finais do ciclo 2019/2020 mais baixos da série histórica.

“No relatório de março, a Conab estimou estoques de 8,04 milhões de toneladas, frente 8,44 milhões de toneladas em fevereiro”, comenta. No ciclo anterior, em 2018/2019, os estoques do cereal estavam em 11,4 milhões de toneladas e na safra anterior, em 16,18 milhões de toneladas. Esse cenário acontece devido a demanda interna mais aquecida e exportações recordes em 2019.

“A oferta mais ajustada tem ajudado a manter preço firme. Oo dólar em alta e o clima no Paraná, com estiagem que começa a afetar o milho segunda safra, também devem impactar os preços”, diz Ribeiro.

Coronavírus

Apesar de uma diminuição nas compras da China neste começo de ano, principal mercado do Brasil, o analista de mercado Felippe Reis comenta que até o momento, os embarques de carne bovina estão em um bom ritmo. Ele pondera, no entanto, que se não houver uma melhora na situação do coronavírus no mundo, mais medidas terão que ser tomadas para conter a doença, fato que poderia impactar a venda de itens do agronegócio.

“É claro que se não houver uma melhora do cenário, teremos medidas drásticas, a fim de conter o surto. Isso pode vir a impactar a comercialização de produtos agropecuários. No geral, já se fala em retração da economia mundial em 1% por conta do coronavírus. E nós sabemos que menor poder de compra significa menor consumo”, diz.

De acordo com o presidente da Scot Consultoria, Alcides Torres, o setor no Brasil ainda não foi afetado pela doença. “Do ponto de vista conjuntural, a situação é medonha. Do ponto de vista estrutural, a pecuária de corte no Brasil vai bem”, comenta.

Ele comenta que a arroba esteve estável, com o pecuarista vendendo de maneira contida. “As escalas evoluem para três a cinco dias, com o mercado ajustado”, diz.

Além disso, o clima no Brasil Central tem ajudado o produtor. “Ou seja, a expectativa é de mercado firme e em alta se essa crise não se agravar”, afirma.

Ele relembra que o preço da arroba do boi gordo, na média das 32 praças pesquisadas, foi de apenas 0,1%. “Tivemos pouca oferta, não só em São Paulo mas de maneira geral”, comenta.

No Rio Grande do Sul, mesmo com oferta restrita, as indústrias, que apresentavam escalas de abates entre dois e três dias, não alongaram a programação. “Essa situação aconteceu mesmo a desova de animais maior, por conta da seca no estado”, disse.

Siga "VITRINE MAIS"
  • Facebook Social Icon
  • YouTube Social  Icon
  • Google Places Social Icon
Veja Mais
bottom of page